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By Ferramentas Blog

Igreja

Por José Carlos - em 22 OUT 2013.

SACRAMENTOS DA INICIAÇÃO CRISTÃ


BATISMO
Na doutrina da Igreja, o batismo, a crisma e a eucaristia sempre foram apresentados como sacramentos da iniciação cristã e deveriam ser conferidos no percurso de uma única celebração, após um processo razoavelmente longo de iniciação ao mistério e à vida cristã. Na prática, porém, a partir do século V, com a generalização do batismo de crianças e o eclipse da iniciação, eles se separaram, passando a caminhar por estradas diferentes e independentes, a ponto de serem celebrados com rituais totalmente distintos e autônomos e terem conteúdos doutrinais próprios sem nenhuma relação recíproca.
O batismo é um “Novo Nascimento”
O termo Batizar vem do grego e significa “mergulhar” na água, ou ainda “imergir”. O batismo é o sacramento do renascimento, assim como nascemos para a vida pelo parto, renascemos para a vida em Deus pelo batismo. Jo 3,5.
A pergunta que nos colocamos agora, é: o que acontece de valor salvífico quando uma criança é batizad            a? Qual o significado profundo do batismo, dos ritos, dos gestos e das palavras que compõem a liturgia batismal? Aquilo que se realiza no batismo, o mistério que neste sacramento celebramos, é tão rico que podemos apresentar e analisar apenas alguns aspectos, e estes ainda só globalmente. Mas espero que mesmo assim se abram para nós caminhos pelos quais podemos penetrar mais fácil e profundamente naquilo que os ritos simbolizam.
Os Símbolos no Batismo – Óleo, Vela, Veste Branca, Sinal da Cruz e a Agua...
O óleo - Um dos significados do óleo é a fortaleza. Antigamente os lutadores, antes de começarem a luta, eram untados com óleo, pois se acreditava que o óleo dava destreza e força para os músculos. Dentro deste simbolismo de preparação para as lutas é feita a primeira unção no peito do batizando, significando que o cristão deverá lutar na vida como membro da Igreja de Cristo.
A vela - Acesa no círio pascal, significa que Cristo iluminou o batizado, que deverá ser “luz do mundo”. Simboliza a presença do Espírito na vida do batizando e a fé em Jesus ressuscitado. Acende-se uma nova luz, luz da graça, da fé, que deve ser conservada até o fim da vida pela vivência em Cristo.
O Sinal da Cruz  - É a identidade do Cristão. Traçada no peito e na testa significa que o batizando, pelo batismo, participa da morte libertadora de Jesus Cristo. Lembra a graça da redenção que Cristo nos proporcionou na Cruz.
A Veste Branca - Expressa a pureza, a VIDA NOVA que recebemos no Batismo e que agora vamos viver. Sinaliza que o batizado “vestiu-se de Cristo”, o que equivale a dizer que ressuscitou com Cristo.
O Sinal da Cruz - O primeiro sinal que fala aos nossos sentidos na celebração do batismo, do ministério que nela se realiza, é a comunidade reunida, pronta para acolher um novo membro. Pode ser que seja toda a comunidade do lugar ou do bairro, reunida talvez para a missa dominical; pode ser que sejam apenas os pais, padrinhos e parentes das crianças que vão ser batizadas nessa hora. Em todo caso, na assembleia concreta torna-se presente a Igreja de Jesus Cristo.
O rito de acolhida chega a seu ponto culminante na assinalação com a cruz. Esta é a marca que diz que o batizado pertence a Jesus Cristo. Diz igualmente que pertencemos à Igreja que é a comunidade daqueles que seguem Jesus, carregando sua cruz de uma vida sofrida, dedicada aos outros, sempre de doação no dia-a-dia, até a morte. Entramos, no entanto, com o batismo num caminho que não termina com a morte, mas que nos leva através da morte a uma vida nova, à vida verdadeira, já neste mundo, mas sobretudo e plenamente no mundo novo, na Jerusalém celeste.
A Água - A bíblia nos diz que a vida brotou das águas: “ O espírito do Senhor pairava sobre as águas, fecundando-as” Gn 1,2. Nós ficamos nove meses de gestação no útero de nossa mãe sendo envolvidos pela água (liquido amniótico), sem a qual é impossível sobreviver. Então com a água tudo é possível de vida em riqueza, este líquido lembra o sangue do Cristo que nos lava do pecado, água como fonte de vida, lembra nossa passagem, nossa páscoa, a vida nova da graça que o batismo nos traz pela ressurreição de Cristo.
No seu encontro com Nicodemos, Jesus fala do batismo como de um novo nascimento "da água e do Espírito" (Jo 3,5).
De fato, o batismo é sempre realizado com água: por imersão, infusão ou aspersão. Água é um elemento que tem uma importância extraordinária: serve para limpar e é bebida; toda vida nasce da água; mas a água e também uma força que pode destruir. Ela tem significados que remetem para além dela e de seus efeitos próprios. Ela simboliza libertação de culpa, morte e renascimento. Podendo significar morte e vida, a água serve, em várias religiões, para indicar a entrada de alguém numa comunidade ou passagem de uma fase de vida para outra. No judaísmo encontramos vários tipos de purificações e banhos. A lei prescreveu abluções cúlticas em certas doenças e no caso de contato com animais impuros ou cadáveres. Os profetas dão um sentido mais profundo a estas abluções. Eles anunciam que Deus purificará no futuro os corações e que ele derramará, como água, o seu Espírito. No tempo de Jesus, exigia-se dos pagãos que queriam aderir à religião judaica o banho ou o "batismo dos prosélitos". João Batista batizou aqueles que esperavam o perdão dos seus pecados e queriam começar uma vida nova. Jesus também foi batizado por João. Mas o batismo de Jesus manifestou novos elementos, aquela novidade que os profetas tinham anunciado para a era messiânica: desceu o Espírito Santo e o Pai proclamou Jesus como seu Filho.
A Bíblia nos conta logo na primeira página que desde o principio "o Espírito de Deus pairava sobre as águas" (Gn 1,2). Do seio desta água ia nascer a vida. Quando o autor sagrado fala do Espírito que pairava sobre as águas, ele pensava, sem dúvida, nesta fecundidade extraordinária da água. No entanto, quando o Espírito Santo fecunda a água do batismo, há nascimento para uma vida mais sublime, para a vida do próprio Deus. Da água e do Espírito nascem no batismo os filhos e filhas de Deus.
A oração sobre a água batismal lembra a presença de Deus sobre as águas na origem do mundo, nas águas do dilúvio e na passagem dos filhos Abraão pelo Mar Vermelho e, finalmente, quando Jesus foi batizado no rio Jordão, e pede que "desça sobre esta água a força do Espírito Santo" e pede que "desça sobre esta água a força do Espírito Santo" e "que o Espírito Santo dê por esta água a graça de Cristo, a fim de que homem e mulher... sejam lavados da antiga culpa pelo batismo e renasçam pela água e pelo Espírito Santo para uma vida nova".
O batismo nos lava do pecado
No grande Credo da missa, no símbolo Niceno-Constantinopolitano, professamos "um só batismo para a remissão dos pecados". Já o uso da água no ato de batizar indica este sentido: Quando lavamos, o fazemos para limpar, para purificar. O batismo por imersão, que sempre era e ainda é uso geral nas Igrejas orientais e que no nosso novo Ritual para o Batismo de Crianças figura como primeira opção para a realização do banho batismal, mostra ainda mais claramente do que as outras maneiras possíveis de se realizar o batismo, a purificação interior. Se vemos na imersão, como São Paulo o faz na carta aos romanos (6,3-7), o sepultamento do "nosso velho homem", fica evidente para os olhos da nossa fé que o batismo liberta da culpa e da escravidão do mal. Além do rito da água, os textos da liturgia batismal lembram que este sacramento tira o pecado. Quando um adulto é batizado, todos os pecados que ele tinha cometido na sua vida anterior são perdoados, se ele estiver arrependido; no caso de uma criança pequena, é tirado o pecado original, a raiz do pecado. A oração sobre a água pode servir como exemplo de tais textos: "Ó Deus, ... ao longo da história da salvação vos servistes da água para fazer-nos conhecer a graça do batismo... Nas águas do dilúvio prefigurastes o nascimento da nova humanidade, de modo que a mesma água sepultasse os vicias e fizesse nascer a santidade. Concedestes aos filhos de Abraão atravessar o Mar Vermelho a pé enxuto, para que, livres da escravidão, prefigurassem o povo, nascido da água do batismo". No fim desta oração pedias que "homem e mulher, criados à vossa imagem, sejam lavados da antiga culpa pelo batismo".
O batismo nos dá nova vida
Na bênção da água batismal pedimos: "Que o Espírito Santo dê, por esta água, a graça de Cristo, a fim de que homem e mulher, crivados à vossa imagem, sejam lavados da antiga culpa pelo batismo e renasçam para uma vida nova". Logo depois do ato de batizar, quem preside a celebração se dirige àqueles que neste momento serão ungidos com o Crisma, dizendo: "Vocês renasceram pela água e pelo Espírito Santo". Na entrega da veste batismal ele diz: "Vocês nasceram de novo".
Não é fácil explicar teologicamente esta vida nova. Mas mesmo se acreditamos que Deus é Pai de todos os seres humano e que Jesus Cristo morreu para salvar a todos, não se pode negar a novidade da vida daqueles que por terem sido batizados podem chamar Deus de "Abba, Pai!", que se tornaram "herdeiros de Deus e coerdeiros de Cristo" e "templo do Espírito Santo" (Rm 8, 15-17; 1 Cor 6,19).
Embora isso não seja dito explicitamente em algum texto ou claramente indicado por um gesto simbólico do rito do batismo, é evidente que a vida nova do batizado é participação da vida de Deus que é um em três pessoas. De fato, as três pessoas divinas "entram no jogo" do batismo. O Pai aparece como fonte também da vida nova que o batismo dá. Pode-se considerar esta vida nova mais diretamente participação da vida do Filho de Deus, no qual somos filhos e filhas do Pai do céu. Conforme afirma São Paulo,(Rm 8,15; Gl 4,6), esta filiação acontece pelo Dom do Espírito Santo. Em todo caso, é a vida única de Deus, do Pai, do Filho e do Espírito Santo, que recebemos no batismo. No fundo é isso que nos querem dizer as palavras centrais do rito do batismo: "Eu te batizo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo".
O BATISMO DE CRIANÇAS
O batismo de crianças, embora tenha sido, como lembra a instrução da Congregação para a Doutrina da Fé, "uma norma de tradição imemorial", foi sempre, através da história, uma prática mais ou menos controvertida e, nos últimos anos, tornou-se um dos pontos mais discutidos da teologia e da pastoral sacramental.
Segundo o Novo Testamento, só entra no Reino quem for batizado (cf. Jo 3,5), mas para ser batizado é preciso crer (cf. Mc 16,16; At 2,41; 8,12-13; 10,47). Partindo dessa orientação bíblica, santo Agostinho lançou os fundamentos da doutrina tradicional do batismo de crianças.
As questões que se punham eram:
1) Se a fé é uma exigência do batismo, como batizar uma criança incapaz de crer?
2) Se o batismo é necessário para a salvação, qual seria a sorte das crianças que morrem sem ser batizadas?
À segunda pergunta respondeu-se com a prática: batismo de crianças. A consistência dessa resposta, no entanto, iria depender da que fosse dada à primeira pergunta. Em sua obra O livre-arbítrio, santo Agostinho responde que conforme uma crença sólida, piedosa e razoável, o que é de fato útil à mesma criança batizada é a fé daqueles que a oferecem para ser consagrada a Deus. Essa opinião é recomendada pela autoridade muito salutar da Igreja. Para esclarecer seu pensamento, recorre à passagem da ressurreição do filho da viúva de Naim: Nesse sentido, qual o proveito que o filho daquela viúva encontrou com sua própria fé, visto que, uma vez estando morto, já não a possuía mais? Entretanto a fé de sua mãe lhe foi de tanta utilidade que lhe obteve a ressurreição (cf. Lc 7,11-17). Logo, com quanto mais forte razão a fé de uma outra pessoa pode aproveitar a uma criança à qual, certamente, não se pode inculpar de falta de fé."
Alguns teólogos acham falta de respeito para com o texto bíblico fundamentar a necessidade do batismo com a passagem de Jo 3,5: Quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus. A ameaça de uma possível exclusão da salvação eterna não deve ser, pois, a razão da prática do batismo de criança. No Novo Testamento todas as leis que se referem à salvação são dirigidas a pessoas adultas ou que, pelo menos, sejam capazes de ser interpeladas e de responder com conhecimento de causa e livremente.
Teólogos e pastoralistas também se perguntam sobre a prática de batizar na fé dos pais, quando muitos deles, na sociedade pluralista em que vivemos, pedem o batismo para os filhos, sem que eles mesmos tenham fé e, em vez de ser garantes da fé de seus filhos, com frequência são os primeiros a desviar as crianças de sua prática.
A prática do batismo de crianças, no entanto, está muito enraizada na cultura e no imaginário de nosso povo. Num contexto de exclusão como o nosso, em que a vida nasce frágil e, com frequência, é desrespeita, pedir o batismo, para uma grande maioria de nossa gente, significa gritar por dignidade e por reconhecimento. Batizar o filho, para nosso povo pobre, significa entrar na história, e mostrar as raízes, que não é "bicho", que como pessoa merece participar da comunidade, que afinal também ele e ela são filho e filha de Deus. Essa realidade vivida por tantos irmãos não autoriza nenhum pastor a abolir o batismo de crianças; pelo contrário, exige que seja mantido. À margem da sociedade e de muitas de suas instituições, essas pessoas têm o direito de ser acolhidas e assumidas como filhas e irmãs na comunidade eclesial.
Evidentemente, no caso do batismo de crianças, aquele que recebe o sacramento não pode acolher a palavra divina, nem fazer um ato de fé. Em lugar das crianças, são os pais e padrinhos que professam a fé. São eles que, no diálogo introdutório, assumem com a comunidade o compromisso de educar o batizado na fé. Eles renunciam a satanás e proclamam a sua fé; eles pedem que a criança seja batizada na fé da Igreja que acabam de professar; o pai recebe e acende a vela que simboliza Cristo que iluminará a vida do batizado.

E os padrinhos - O papel dos padrinhos na formação dos cristãos é mais antigo do que se imagina. A tradição remonta ao século quarto, quando a Igreja tinha de enfrentar as perseguições romanas e as heresias pagãs. A eles cabia o dever de instruir os catecúmenos na fé católica, preservando-os dos erros que pululavam na comunidade. E no caso das crianças, além de professarem a fé em nome delas, recebiam a responsabilidade de educá-las conforme a doutrina perene dos santos apóstolos.
O decreto Ad Gentes, do Concílio Vaticano II, procurou enfatizar esse significado do apadrinhamento, recordando que a iniciação cristã no catecumenato não é obra apenas dos sacerdotes ou dos catequistas; é "de toda a comunidade dos fiéis, especialmente dos padrinhos, de forma que desde o começo os catecúmenos sintam que pertencem ao Povo de Deus". Assim se expressava também o Pastor Angelicus na Encíclica Mystici Corporis. Segundo Pio XII, os padrinhos e madrinhas "ocupam um posto honorífico, embora muitas vezes humilde, na sociedade cristã, e podem muito bem sob a inspiração e com o favor de Deus subir aos vértices da santidade".
As palavras do venerável Papa são um verdadeiro alento, além de um sutil, porém necessário, puxão de orelha. Os padrinhos são chamados à santidade de vida. Não é da alçada deles a compra de presentes, mas a instrução na fé católica, porquanto "uma criança não é capaz de um ato livre de fé: ainda não a pode confessar sozinha e, por isso mesmo, é confessada pelos seus pais e pelos padrinhos em nome dela." Numa época dominada pelas falsas filosofias de vida e pelos erros ideológicos, exaustivamente pregados nas escolas e na imprensa, reavivar o sentido do apadrinhamento na fé católica parece tarefa imprescindível.
O Código do Direito Canônico dispõe algumas normas para que se escolha o padrinho do batizando. Em primeiro lugar, obviamente, exige-se que "seja católico, confirmado e já tenha recebido a Santíssima Eucaristia, e leve uma vida consentânea com a fé e o múnus que vai desempenhar". Depois, que "não esteja abrangido por nenhuma pena canônica legitimamente aplicada ou declarada". Ora, ao contrário do que possa parecer, não são regras absurdas. Como dito anteriormente, aos padrinhos cabe a missão de "assistir na iniciação cristã" e "esforçar-se por que o batizado viva uma vida cristã consentânea com o batismo e cumpra fielmente as obrigações que lhe são inerentes".

Os padrinhos são muito mais que uma posição social; são pais segundo Deus, pois no batismo morre o "homem velho" e nasce o "homem novo". E como verdadeiros pais, têm o grave dever de transformar seus filhos em soldados de Cristo, educando-os na escola de santidade dos grandes santos da Igreja.
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Por José Carlos - em 23 SET 2013.

INTIMIDADE COM DEUS E COM A IGREJA

No dicionário Aurélio a palavra intimidade significa: está muito dentro; que atua no interior; muito cordial e efetuoso; estreitamente ligado...
Na Biblia
Provérbios 3,31s
“Não invejes o homem violento, nem adotes o seu procedimento, porque o Senhor detesta o que procede mal, mas reserva sua intimidade para os homens retos.”
Sabedoria 8,16
“Recolhido em minha casa, repousarei junto dela, porque a sua convivência não tem nada de desagradável, e sua intimidade nada de fastidioso; ela traz consigo, pelo contrário, o contentamento e a alegria!”
Eclesiástico 41,27
“Não olhes para a mulher de outrem; não tenhas intimidades com tua criada, e não te ponhas junto do seu leito.
Daniel 13, 57ss
“Foi assim que sempre fizeste com as filhas de Israel, as quais, por medo, entravam em relação convosco. Mas eis uma filha de Judá que não consentiu no vosso crime. Vamos, dize-me sob qual árvore os surpreendeste em intimidade. Sob um carvalho. Ótimo!, respondeu Daniel, tu também proferiste uma mentira que vai te custar a vida. Eis aqui o anjo do Senhor, que empunha a espada, prestes a serrar-te pelo meio para te fazer perecer.”
“Antes que eu te formasse no ventre materno, eu te conheci” (Jr 1.5).
“tu me sondas e me conheces” (Sl 139.1);
“Conheço-te pelo teu nome”(Ex 33.11).
“Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem a mim. Assim como o Pai me conhece e eu conheço o Pai...As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem” (Jo 10.14,15,27,28).
            No Antigo Testamento nós encontramos por todo o tempo Deus tentando se reconciliar com sua criação. O homem desde muito cedo mostrando sua rebeldia e desejo de ser independente. Porém todo esse tempo o homem cai em seu próprio erro da repetição de pecados e não aprende a ouvir Deus e a seus ricos conselhos.
            Olhamos para o AT e ficamos pensando que povo rebelde era aquele. Moisés os tira do Egito onde eram escravos e está os levando para a “terra prometida” e eles aprontam o tempo todo.
            Davi um homem considerado ungido e bom segundo o coração de Deus rebela-se por causa de uma mulher. Salomão com toda sua sabedoria se envolve com deuses estranhos. E nós?
            Estamos no tempo da graça, não da graça divina, estamos no tempo onde tudo é graça (festa). Pecar, viver uma vida impura, sem intimidade. Deus tenta de toda forma tornar a intimidade com o ser humano, não tendo mais condições de viver como estavam Deus envia Jesus para tentar esta reconciliação.
            A intimidade de Cristo com a igreja não durou muito, choramos ao lembrar sua morte de Cruz vendo um filme, mas quando o tempo do cinema acaba vamos comer e beber antes que morramos. Não nos toca tão profundamente ao ponto de desejarmos ter intimidade com Cristo.
            A intimidade é algo muito importante na caminhada cristã, sem intimidade nos tornamos estranhos uns aos outros, até mesmos dentro da igreja, por isso somos convidados a estarmos sempre juntos dentro de nossa fé, dentro da Igreja todos os domingos do senhor.

Criados para Deus

O “Catecismo da Igreja Católica” logo no seu início nos relembra a grande dignidade do homem: “O aspecto mais sublime da dignidade humana está nesta vocação do homem à comunhão com Deus. Este convite que Deus dirige ao homem, de dialogar com ele, começa com a existência humana. Pois se o homem existe, é porque Deus o criou por amor e, por amor, não cessa de dar-lhe o ser, e o homem só vive plenamente, segundo a verdade, se reconhecer livremente este amor e se entregar ao seu Criador” (CIC nº 27, GS 19,1). Essas palavras iluminadas do Concílio Vaticano II nos ensinam que Deus nos criou para ‘dialogar’ conosco e ‘nos quer na sua intimidade’. Quando Deus criou o homem e a mulher, os colocou no seu ‘jardim’ (Gen 1,15). Esse ‘jardim’ do Éden representa a intimidade e o desfrutar (fruir) de suas riquezas insondáveis. Quando queremos bem a alguém, o melhor que podemos oferecer-lhe é levá-lo para casa, fazê-lo participar de uma refeição conosco e desfrutar a nossa intimidade. Isto só concedemos àqueles que amamos e que confiamos de verdade. Foi assim que Deus fez com nossos primeiros pais: Mas eles não souberam ser fiéis à confiança que o Senhor neles depositou. Por isso quando clamamos a Deus por um milagre devemos ser íntimos d’Ele.
            Ensina-nos o Catecismo que: ‘Enquanto permanecesse na intimidade divina, o homem não deveria morrer (Gen 2,17; 3,19), nem sofrer (Gen 3,16)’ (CIC nº 376). Foi o pecado, a desobediência à Deus, que fez com que o primeiro casal, em Adão e Eva que toda a humanidade, perdessem esse glorioso estado de vida. O pecado original é uma verdade essencial da nossa fé. O Catecismo diz que: ‘A Revelação dá-nos a certeza de fé de que toda a história humana está marcada pelo pecado original cometido pelos nossos primeiros pais’ (CIC nº 390). E acrescenta:   A Igreja, que tem o senso de Cristo, sabe perfeitamente que não se pode atentar contra a revelação do pecado original sem atentar contra o mistério de Cristo (nº 389). Enfim, desde a sua origem o homem foi chamado à santidade para conviver com o seu Criador. São Paulo exclama na carta aos efésios: “Bendito seja Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo (...) escolhendo-nos nele antes da criação do mundo para sermos santos é irrepreensíveis diante de seus olhos” (Ef 1,3-4). Antes da criação do mundo Deus já nos tinha amado e desejado, chama-nos à vida, para sermos, como Ele, santos. Por isso nos fez a sua imagem e semelhança (Gen 1,26). Embora o pecado original tenha quebrado a santidade original e o estado de justiça do homem e da mulher, Deus, nos seus desígnios eternos, já tinha providenciado a nossa restauração em Jesus Cristo, Homem-Deus na nossa salvação.
            A partir da queda no Paraíso e do rompimento da Aliança original com o homem, Deus continuou a chamar a humanidade ao seu convívio. Fez com ela novas Alianças até a Nova e Eterna Aliança selada com o sangue de Jesus.
            Quando fiz minha primeira pregação me recordo em falar das alianças de Deus com seu povo, desta intimidade de esta com Deus, falar com Deus, estar com Deus...
            A primeira Aliança foi feita com Noé e sua família (Gen 6 a 9), pois Noé preservou a sua santidade no meio da corrupção do seu povo. A narração diz que “Ele encontrou graça aos olhos do Senhor” (Gen 6,8) e que “Ele andava com Deus” (9). São os sinais da sua santidade e intimidade com Deus. Com ele Deus celebrou uma Aliança: “Eu vou fazer uma aliança convosco e com vossa posteridade...” (Gen 9,9). O sinal desta Aliança foi o Arco-Iris. “Ponho o meu arco nas nuvens, para que ele seja sinal da aliança entre Mim e a terra” (Gen 9,13).
            Mais adiante, cerca de 1.800 anos antes de Cristo, Deus confirma essa Aliança com Abraão, fazendo nascer dele um povo. É interessante notar que Deus exige de Abraão a santidade.
            “Abrão tinha noventa e nove anos. O Senhor apareceu-lhe e disse-lhe: “Eu sou o Deus Todo-poderoso. Anda em minha presença e sê íntegro; quero fazer aliança contigo e multiplicarei ao infinito a tua descendência.” (Gen 17,1-2). Deus exige que Abraão ande em sua presença e seja perfeito. É o chamado à santidade que se renova para quem vai andar na presença de Deus. O sinal dessa aliança foi a circuncisão. “Eis o pacto que faço entre mim e vós, e teus descendentes, e que tereis de guardar: Todo homem, entre vós, será circuncidado.” (Gen 17, 10).
            E Deus continua a buscar e renovar essa Aliança em Moisés, não mais com uma família (Noé), ou apenas com um homem que seria Pai de um povo, mas agora com o seu Povo, já constituído e conduzido por Moisés.
            No deserto do Sinai, no alto do monte Horeb, Deus renova a sua Aliança com Moisés. “Agora, pois, se obedecerdes à minha voz, e guardardes minha aliança, sereis o meu povo particular entre todos os povos. Toda a terra é minha, mas vós me sereis um reino de sacerdotes e uma nação consagrada. Tais são as palavras que dirás aos israelitas.” (Ex 19,5-6). O sinal dessa Aliança são as tábuas da lei que contém os dez mandamentos, as dez palavras (decálogo) (Ex 31,18), os quais, observados pelo povo, o conduziria à santidade necessária para conviver com Deus. No exato cumprimento dos mandamentos Deus apartava o seu povo dos pagãos e dos seus deuses: “Não farás aliança nem com eles nem com os seus deuses. Eles não residirão na tua terra, para que não te façam pecar contra mim, e que, prestando um culto aos seus deuses, não sejas preso no laço” (Ex 23, 32´33).
            Finalmente esta Aliança é renovada, plenificada e tornada eterna em Jesus Cristo e a Igreja. “Este cálice é a nova Aliança em Meu sangue, que é derramado por vós ...”(Lc 22,20).
            A Igreja é o povo de Deus, a nova Família de Deus, chamada à comunhão com Deus desde Noé, Abraão, Moisés, Jacó (Israel) até Jesus Cristo. Os Doze Apóstolos são os sucessores das Doze tribos de Israel (Ap 21,14). Esta foi a forma que Deus quis para trazer a humanidade de novo ao seu convívio, para a qual ela foi criada. Em Cristo, o Pai redimiu a humanidade, resgatou-a da morte e do pecado, para que ela pudesse voltar ao Paraíso perdido. Em Cristo, Deus resgatou a humanidade e nos chama de novo à santidade. “Se, portanto, ressuscitastes com Cristo [pelo batismo] buscai as coisas lá do alto onde Cristo está sentado à direita de Deus” (Col 3,1), lembro-me muito bem de uma pregação do saudoso Padre Leo, em que este clamava para que o povo de Deus buscasse as coisas do alto, a intimidade com Deus, a sua santificação. Em Cristo podemos agora buscar a santidade para a qual fomos criados. “Se alguém, for de Cristo, é uma nova criatura. Passou o que era velho; eis que tudo se fez novo” (2Cor 5,17).
            Para que não nos perdêssemos sem Deus, Ele foi ao extremo do sacrifício do seu Filho Unigênito. “Deus amou de tal forma o mundo que deu o seu Filho Único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha vida eterna” (Jo 3,16).
            Fomos criados por Deus e para Deus, e a Ele pertencemos; por isso, somos chamados à santidade. O salmista canta essa verdade essencial: “Ele é nosso Deus; nós somos o povo de que ele é o pastor, As ovelhas que as suas mãos conduzem” (Sl 94,7).
            Quando não estamos na intimidade com Deus somos facilmente enganados pela maldade que existe na humanidade, como por exemplo, quando vimos no evangelho de João (20, 24-25) a falta que fez a intimidade com Deus “Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. Os outros discípulos disseram-lhe: Vimos o Senhor. Mas ele replicou-lhes: Se não vir nas suas mãos o sinal dos pregos, e não puser o meu dedo no lugar dos pregos, e não introduzir a minha mão no seu lado, não acreditarei!”. O apostolo de Cristo tinha se afastado da comunhão com os demais, e isso o fez fraquejar na fé.
            A oração deve ser exercitada constantemente, como podemos citar a vida de São Bento, PRÓLOGO DE S. GREGÓRIO MAGNO AO SEGUNDO LIVRO DOS DIÁLOGOS-CAPÍTULO IV. O MONGE DIVAGANTE RECONDUZIDO À SALVAÇÃO... São Bento foi ter com um monge que não conseguia se concentrar nos momentos de oração,... O homem santo de Deus perseverante na oração conseguia ver demônios que atormentava os seus monges, enquanto outros não conseguiam, pois não estava na intimidade com Deus. São Bento expulsa o demônio de se monge pela oração de intimidade com Deus.(procure conhecer a vida de São Bento).

GS – Gaudium et Spes
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Por José Carlos - em 15 SET 2013.
ESTAVA  A MÃE DOLOROSA
"Stabat Mater dolorosa..."

         

             
            "E QUANTO A VOCÊ, UMA ESPADA HÁ DE ATRAVESSAR-LHE A ALMA"


            QUAL É O SIGNIFICADO DESTA ESPADA?
A espada é, inicialmente, a palavra de Deus. A Festa de Nossa Senhora das Dores (Sete Dores) é tradicionalmente retratada na arte vestida de preto, com sete espadas perfurando seu coração. Estas sete espadas simbolizam as sete dores na vida de Nossa Senhora. A devoção às Dores de Maria  deu origem à figura na arte cristã da Pietá, a mãe sofredora, segurando o cadáver de seu Filho, descido da cruz.
No Evangelho do dia 15 de setembro de 2013, por ocasião do encerramento da 15ª festa de Nossa Senhora das Dores – São José do Belmonte-PE...  

"Simeão os abençoou, e disse a Maria, mãe do menino:" Eis que este menino vai ser causa de queda e elevação de muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição. E quanto a você, uma espada há de atravessar-lhe a alma. Assim serão revelados os pensamentos de muitos corações ."(Lc 2, 34-35)  - tradução Bíblia Pastoral Paulus

No Antigo Testamento, o servo que estava a sofrer, disse: "O Senhor fez da minha boca uma espada cortante" (Is 49,2). Mais tarde, quando a comunidade judaica, ameaçada de destruição pelo helenismo, conseguiu resistir, mantendo-se fiel à Palavra de Deus, que é a sua verdadeira arma, a sua verdadeira espada: Judas Macabeus recebe a visão de Jeremias, o profeta, o homem da Palavra que lhe entrega uma "espada de ouro" nestes termos: "Recebe esta espada santa, presente de Deus, por meio da qual esmagarás teus adversários!" (2Mc 15,15-16). (...)
Em Lucas, no limiar da paixão, Jesus convida cada um a vender a sua veste para adquirir uma espada (Lc 22,36), mas Jesus não fala da espada no sentido material (Lc 22,50); ele os convida a utilizar a espada da Palavra de Deus para que recebam o discernimento espiritual e não caiam em tentação. Na epístola aos Hebreus, o autor compara a Palavra de Jesus àquela de Moisés, durante o êxodo do Egito, dizendo: "A Palavra de Deus é viva, eficaz e mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes; ela penetra até o ponto onde a alma e o espírito se encontram, e até onde as juntas e medulas se tocam; Ela sonda os sentimentos e pensamentos mais íntimos. "(Hb 4:12). (...)
Esta  devoção teve origem no século XIII e recorda as dores que a Virgem Mãe de Deus suportou pelo sofrimento e morte de seu Divino Filho, onde o texto do Evangelho (Lc 2,35) significa que Maria é transpassada pela Palavra de Deus em toda a sua vida, Palavra que produz o louvor, a exultação, a alegria, a inteligência, a serenidade, a e, também, a dor; a espada significa a Palavra de Deus, o plano, o desígnio de Deus, que engloba toda a missão de Maria, incluindo a sua dor (...).
            Ela contemplou Jesus nos momentos de dor - flagelação e crucifixão - e ela mesma viveu muitas dores: a perseguição de Herodes; a fuga para o Egito; a perda do Filho aos 12 anos, na peregrinação a Jerusalém; a morte e sepultamento Dele. O povo sofrido e constantemente em contato com as "dores" da vida se identifica enormemente com a Virgem Santíssima. Com ela também se consola e fortalece, pois o sofrimento é caminho para a glorificação!
O Rosário das Sete Dores de Maria é composto por sete ave-marias para cada uma das sete dores.
  1. A  Profecia de  Simeão
  2. A fuga para o Egito  
  3. A perda de Jesus no Templo  
  4. Maria se encontra com Jesus carregando a Cruz  
  5. A Crucificação  
  6. Maria recebe o corpo sem vida de seu filho
  7. O enterro de seu filho e o encerramento do túmulo.
Dentro da missa tem um canto litúrgico denominado de Stabat Mater (do latim "Estava a Mãe") é uma seqüencia do século XIII, atribuído ao franciscano Frei Jacopone de Todi. O poema começa com as palavras Stabat Mater dolorosa ("estava a Mãe dolorosa"), e fala do sofrimento de Maria, mãe de Jesus, durante a crucificação. Existe também o hino "Stabat Mater speciosa" ("estava a Mãe formosa"), atribuído ao mesmo autor, que contempla as alegrias de Maria junto ao presépio.
O poema foi musicado por muitos compositores, como Antonio Vivaldi, Rossini, Dvořák e Pergolesi, Giovanni Pierluigi da Palestrina, Marc-Antoine Charpentier, Joseph Haydn, Emanuele d'Astorga, Charles Villiers Stanford, Charles Gounod, Krzysztof Penderecki, Francis Poulenc, Karol Szymanowski, Alessandro Scarlatti (1724), Domenico Scarlatti (1715), Pedro de Escobar, František Tüma, Arvo Pärt, Josef Rheinberger, Giuseppe Verdi, Zoltán Kodály, Trond Kverno (1991), Salvador Brotons (2000), Hristo Tsanoff, Bruno Coulais (2005), e mais recentemente Karl Jenkins.
A maioria do que existe escrito sobre o Dolorosa atribui a autoria do hino a Frei Jacopone de Todi, um franciscano que morreu em 1306. A Igreja só aprovou oficialmente seu uso litúrgico em 1727, quando foi incluído no Breviário Romano e no Missal para a Festa das Sete Dores, dividido em Vésperas (Stabat mater dolorosa), Matinas (Sancta Mater, istud agas) e Laudes (Virginum virgo praeclara). Entretanto Georgius Stella, chanceler de Genoa (d. 1420) em seus "Annales Genuenses" diz que ele começou a ser usado pelos Flagellantes em 1388. Em 1399 os Albati e os Bianchi já o cantavam na procissão dos Nove Dias em Provence. Parece que o texto foi roubado da Igreja da Sequência pelos heréticos. Se realmente o hino foi escrito por Frei Jacopone, partiu dos conventos para uso popular diretamente, o que não era comum na época.
O hino já teve como prováveis autores São Gregório Magno (604), São Bernardo de Claraval (1153), Inocêncio III (1216), São Boaventura (1274), Frei Jacopone de Todi (1306), o papa João XXII (1334) e Gregório XI (1378). Destes, os mais prováveis são Inocêncio III e Jacopone. Bento XIV atribui sem dúvida a Inocêncio. Mone e Hurler também fazem essa atribuição. Já Dufield (Latin Hymns Writers and Theyr Hymns) e Mearns in Julian (Dictionary of Hymnology) rejeitam. Gregorovius acha que "o intelecto frio e majestoso do papa" não o tornaria capaz de elaborar um poema com tal doçura e suavidade calorosa. São Tomás de Aquino é quem faz uma referência a um manuscrito do século XIV contendo poemas de Jacopone dentre eles um Stabat. O argumento para Jacopone não é satisfatório.Seus hinos, escritos no dialeto umbriano tornaram-se populares e merecem respeito, mas muitos certamente não são seus (é duvidoso até se ele escreveu algum), ou em todo caso, qualquer coisa melhor que imitações de hinos em latim.
O Concílio de Trento e o Papa Pio VII quiseram abolir seu uso litúrgico, provavelmente devdido à sua popularidade, e de fato em 1570 foi proibido. O Papa Bento XIII em 1727 autorizou seu retorno para a festa das Sete Dores, realizada no dia 15 de Setembro. Este hino ainda hoje é cantado durante a Quaresma, na recitação e meditação da Via Sacra, entre uma estação e outra. Na Liturgia das Horas, está dividido e distribuído para algumas delas.
Então quando ouvimos nas nossas celebrações este canto ficamos maravilhados pela doçura de sua melodia...



"Stabat Mater dolorosa..."
"Estava a Mãe dolorosa..."

Stabat Mater dolorosa juxta crucem lacrymosa
Estava a Mãe dolorosa, junto à cruz, lacrimosa,

Dum pendebat Filius.
Da qual pendia o Filho.

Cujus animam gementem, contristatam et dolentem
A espada atravessava

Pertransivit gladius
Sua alma agoniada, entristecida e dolorida.

O quam tristis et afflicta fuit illa benedicta,
Quão triste e aflita estava ali a bendita,

Mater Unigeniti!
Mãe do Unigênito!

Quae moerebat et dolebat et tremebat cum videbat
Quão abatida, sofrida e trêmula via

Nati poenas inclyti.
O sofrimento do Filho divino.

Quis est homo, qui non fleret,
Qual é o vivente que não chora,

Matrem Christi si videret in tanto supplicio?
Vendo a Mãe do Cristo em tamanho suplício?

Quis non posset contristari,
Quem não ficaria triste,

Christi Matrem contemplari dolentem cum Filio?
Contemplando a mãe aflita, padecendo com seu Filho?

Pro peccatis suae gentis vidit Jesum in tormentis
Por culpa de sua gente, ela viu Jesus torturado,

Et flagellis subditum.
Submetido a flagelos.

Vidit suum dulcem natum moriendo desolatum,
Viu o Filho muito amado, morrendo abandonado,

Dum emisit spiritum.
Entregando o seu espírito.

Eja Mater, fons amoris, me sentire vim Doloris
Mãe, fonte de amor, que eu sinta a força da dor

Fac, ut tecum lugeam.
Para poder contigo pranteá-lo.

Fac,ut ardeat cor meum in amando Christum Deum,
Faz arder meu coração devido à partida do Cristo Deus,

Ut sibi complaceam.
Para que o possa agradar.

Sancta Mater, istud agas, crucifix fige plagas
Santa Mãe, dá-me isto: trazer as chagas do Cristo

Cordi meo valide.
Cravadas no coração.

Tui Nati vulnerati, tam dignati pro me pati,
Com teu Filho, que por mim morre assim,

Poenas mecum divide.
Quero o sofrimento partilhar.

Fac me tecum pie flere crucifixo condolere,
Dá-me contigo chorar pelo crucificado

Donec ego vixero.
Enquanto vida eu tiver.
Juxta crucem tecum stare et me tibi sociare,
Junto à cruz quero estar e me juntar

In planctu desidero.
Ao teu pranto de saudade.

Virgo virginum praeclara, mihi jam non sis amara:
Virgem das virgens radiante, não te amargures:

Fac me tecum plangere.
Dá-me contigo chorar.

Fac, ut portem Christi mortem,
Que a morte de Cristo permita,

Passionis fac consortem
Que de sua paixão eu partilhe,

Et plagas recolere.
E que suas chagas possa venerar.

Fac me plagis vulnerari cruce hac inebriari
Que pelas chagas eu seja atingido e pela Cruz inebriado

Ob amorem Filii.
Pelo amor do Filho.

Inflammatus et ascensus per te Virgo sim defensus
Animado e elevado por ti Virgem, eu seja defendido

In die Judicii
No dia do juízo.

Amém.

Publicado originalmente em: Reflexões Franciscanas.

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Igreja Católica

PAPA FRANCISCO



 Explicação do Brasão:



Seu lema, em latim, é "Miserando atque eligendo" (Olhou-o com misericórdia e o escolheu).
O Papa Francisco conservou seu escudo de bispo, mas acrescentou os símbolos da dignidade pontifícia e a mitra (chapéu) colocada entre as chaves de prata e ouro e entrelaçadas por um cordão vermelho.
Na parte alta do escudo, se encontra o emblema da Companhia de Jesus: um sol radiante e amarelo com as letras em vermelho "IHS": "Jesus, Homem e Salvador".
Sobre a letra H há uma cruz e abaixo das letras IHS, sempre dentro do sol, estão três pregos.
Na parte inferior do escudo, à direita, encontra-se uma estrela e a flor de nardo. A estrela simboliza Virgem Maria, mãe de Cristo e da Igreja, e a flor de nardo São José, padroeiro da Igreja Universal.
Segundo o Vaticano, com o escudo o Papa quis ressaltar sua devoção à Virgem e a São José.
O lema "Miserando atque eligendo" foi retirado das homilias de São Beda, o Venerável, que, comentando o evangelho de São Mateus, escreveu "Vidit ergo lesus publicanum et quia miserando atque eligendo vidit, ait illi Sequere me' ("Viu Jesus a um publicano e como o olhou com sentimentos de amor o elegeu e lhe disse: siga-me").


Dom Egídio Bisol - Bispo Diocesano


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UM POUCO SOBRE A IGREJA CATÓLICA
ISTO É O MEU CORPO


    Quando estamos na Igreja na hora da Consagração do Pão e Vinho sempre ficamos com a pergunta:
Será mesmo que o meu Deus está ali, naquele pão e vinho Transubstanciado em Jesus Cristo, ainda mais quando somos atormentados por protestantes que empregam argumentos ultrapassados para querer enganar a tantos, vejamos o exemplo:
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Numa discussão com um protestante, coloquemos um trecho de um argumento de um protestante sobre o significado de: "Isto É o meu corpo" no qual ele considera simbólico e a resposta católica refutam de vez o argumento.
Argumentos do protestante (David):
1) Aplicação semântica do verbo SER: Sem cabimento basear doutrina num verbo que é concomitantemente usado para outros meios que não a identidade plena.(...)
De todas as formas possíveis e imagináveis querer confirmar sua única sustentação da
transubstanciação (o verbo SER na frase de Jesus). Mas ela sempre será DÚBIA, pois a mesma expressão foi usada para outros fins, conforme falamos. Não adianta ... Evangelistas e São Paulo escreveram em grego, usando a forma verbal ESTI (=É) e não SEMANEI (=significa)" - para que isso se torne argumento, Até que me provem o contrário, a forma ESTI foi usada também para simbolismo, independente de existir SEMANEI.
As palavras de Jesus "Fazei isso em memória de mim", mostram que a ceia do Senhor não foialgum tipo de operação mágica, mas principalmente um memorial. Em outras ocasiões Ele disse: "Eu sou a Porta"(João 10:7), no entanto não queria dizer uma porta literal de madeira com dobradiças... Outra vez falou: "Eu sou a videira" (João 15:5), no entanto não queria dizer que era um pé de uva literalmente falando...
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Resposta do Católico:
Disse David, em tom gramatical, na rocambolesca tentativa de explicação:
>>"1) Aplicação semântica do verbo SER (sic): Sem cabimento basear doutrina num verbo que é concomitantemente(sic) usado para outros meios que não a identidade plena" (sic).
Que confusão! Mas tem mais:
"De todas as formas possíveis e imagináveis querer confirmar sua única sustentação da
transubstanciação (o verbo SER na frase de Jesus). Mas ela sempre será DÚBIA, pois a mesma expressão foi usada para outros fins, conforme falamos." Única sustentação? Apesar de bastante importante, demos várias outras provas da presença real de Cristo... E perdido no meio das idéias confusamente espalhadas pela mensagem, mais esta infeliz frase:
"Não adianta ... Evangelistas e São Paulo escreveram em grego, usando a forma verbal ESTI (=É) e não SEMANEI(=significa)" - para que isso se torne argumento, Até que me provem o contrário, a forma ESTI foi usada também para simbolismo, independente de existir SEMANEI". Ora, se existe um verbo que liga o sujeito ao predicado - verbo de ligação - este é o verbo ser.
Em filosofia, aliás, O SER é propriamente aquele que tem a EXISTÊNCIA. Com o passar do tempo o verbo existir foi sendo aplicado nesta acepção, mas o SER, no entanto, manteve o sentido principal. Deus, quando se revela a Moisés, diz: "Eu sou aquele que É " (Êxodo, III, 14); ou seja, Deus É O SER por excelência, e não um símbolo, um significado. Deus não virá a ser e nem foi: simplesmente, Deus É. Verbo SER, David... Também, Cristo, identificando-se com Deus Pai, quando Judas traz os guardas que vão prendê-lo, diz em resposta a seus inimigos: "Eu SOU" - "Ego sum" (São João, XVIII, 5-6). E o Evangelista nos diz que os guardas caíram por terra (porque perceberam que Cristo se revelava Deus, apenas usando o verbo SER ...).
E ainda, no início do Evangelho de São João, o Verbo de Deus - Cristo - identifica-se com Deus Pai através da palavra... SER:
"No princípio ERA o verbo, e Verbo estava com Deus, e o Verbo ERA DEUS" . (S. João, I, 1). Negar o sentido principal, imediato, mais simples do verbo SER, como fez David, conduz à negação das verdades mais fundamentais das Escrituras: que Cristo É Deus,que Deus É o ser por excelência, etc.
Aplicando ao David uma de suas próprias frases de efeito, é "anular o cristianismo". E é anular qualquer possibilidade de emitir um juízo. Por exemplo, não poderíamos dizer: Esse livro é a Bíblia! E foi exatamente isso o que fizeram as seitas mais "avançadas" que a Davidiana (David é o protestante que está no debate), negando a divindade de Cristo, negando a existência de Deus.
Portanto, se Cristo queria dizer que o pão (isto) era REALMENTE(e não Simbolicamente) seu corpo, e que o vinho era REALMENTE seu sangue, deveria usar (como de fato usou) o verbo SER.
Mas os protestantes alegam que, em algumas situações, o verbo "ser" tem outro sentido, o de significar, simbolizar.
É o que o protestante David quis dizer quando aludiu aos sentidos de "ser" (esti, em grego) que ele "provou" terem usado os evangelistas em sentido figurado, ao invés de usar o verbo "significa" (semanei, em grego).
Vejamos os exemplos dados pelo David, de sua primeira mensagem:
"Eu sou a Porta"(João 10:7), no entanto não queria dizer uma porta literal de madeira com dobradiças... Outra vez falou: "Eu sou a videira" (João 15:5), no entanto não queria dizer que era um pé de uva literalmente falando ...". Ora, que o verbo ser possa ser usado figuradamente em alguns casos, todos concordam, mas aqui o sentido figurado é da porta , e da videira , e NÃO do verbo SER! Cristo é de fato a porta , mas porta em sentido figurado, assim como é caminho,e caminho por analogia, pois se o seguirmos, chegaremos ao Pai! Dizer que o verbo ser foi aqui usado em sentido analógico, e que as frases ficariam portanto: "Cristo significa a porta" e
"Cristo significa a videira" o que não faz sentido. Dizer que é o verbo
ser, e não os substantivos, que está em sentido figurado, aniquila a comparação, torna as frases sem sentido! O David não sabe distinguir entre uma metáfora e uma simples identificação, porque em ambas se usa o verbo ser. Portanto a confusão
Davidiana não é apenas teológica, mas também literária e gramatical... E olhem
que este é o mesmo David que exigiu "lógica e hermenêutica" na resposta...
E para encerrar este assunto, alguns protestantes do começo do século XX, como último recurso, diziam que Cristo usou o verbo ser porque em aramaico (língua que Nosso Senhor falava) não há como dizer representa, significa. Aliás, apelar para um sentido oculto ou impossível numa língua de difícil acesso à maioria das pessoas é um expediente bastante comum entre os filhos da reforma. Engana principalmente os mais humildes, que devem ser a maioria na seita pentecostal Davidiana... Porém, contra este último subterfúgio, o cardeal Wiseman, um ex-protestante convertido, provou que haveria quase 40 formas de dizer "significa" ou "simboliza" em aramaico, se essa fosse a intenção do divino Mestre! Os protestantes, então, desistiram de mais
essa mentira...
HOC EST
ENIM CORPUS MEUM,
HIC EST ENIM CALIX SANGUINIS MEI.

DIA DO SENHOR - “O DOMINGO”
     Tal como no Antigo Testamento, a expressão Dia do Senhor deve ter as suas origens na linguagem da antiga guerra santa de Israel em que o Dia de Javé era considerado como uma ocasião em que Javé deveria vencer os seus inimigos em combate.
Foi o caso, por exemplo, de Ezequiel:
- Uma espada atingirá o Egito, haverá angústia na Etiópia, logo que os mortos tombarem no Egito, quando levarem as riquezas do país e derrubarem os seus fundamentos. (Ez. 30, 4).
O Dia do Senhor será quando uma espada atingirá o Egito, porque os inimigos de Javé são também os inimigos de Israel entre as nações e a sua derrota é motivo para a alegria de Israel.
A expressão Dia do Senhor (Javé), aparece pela primeira vez num livro do século VIII a.C do profeta Amós :
- Ai dos que desejam ver o Dia do Senhor! Que será de vós? O Dia do Senhor é um dia de trevas e não de luz. (Am. 5, 18).
É dirigido a Israel complacente que acreditava que o Dia do Senhor deveria significar castigo só para os inimigos de Israel.
Em vez disso, para os idólatras e injustos de Israel, o Dia do Senhor seria de trevas sem claridade:
- Que será, pois, o Dia do Senhor senão trevas e não claridade, escuridão e não luz? (Am.  5, 20).
Acostumados a serem o instrumento de que Javé se servia para ganhar vitórias e acostumados aos despojos das vitórias, Israel podia esperar ser o motivo do castigo de Javé.
Nos textos do Antigo Testamento, o Dia do Senhor é considerado como um acontecimento passado, pelo que seria mais apropriado falar dos Dias do Senhor como momentos da vingança divina, ou castigos de Deus.
Ezequiel fala contra os profetas da paz:
- Vós não enchestes as brechas nem cercastes de muralhas a casa de Israel, a fim de vos manterdes firmes nos combates no Dia do Senhor. (Ez. 13, 5).
Ezequiel referia-se à queda de Jerusalém em 587 a.C, a que se refere também Jeremias nas Lamentações quando diz:
- Tau. Convocastes como para uma festa a multidão de terrores. No dia do furor divino ninguém fugiu, nenhum escapou. E aqueles que criei e eduquei meu inimigo os exterminou! (Lam. 2, 22).
O Dia do Senhor é ainda o tema dominante do profeta Sofonias:
- Eis que se aproxima o grande dia do Senhor! Ele se aproxima rapidamente. Terrível é o ruído que faz o dia do Senhor; o mais forte soltará gritos de amargura nesse dia. Esse dia será um dia de ira, dia de angústia e de aflição, dia de ruína e de devastação; dia de trevas e escuridão, dia de nuvens e de névoas espessas, dia de trombeta e de alarme, contra as cidades fortes e as torres elevadas. (Sof. 1, 14-16).
- Nem sua prata, nem seu ouro poderão salvá-los no dia da cólera do Senhor. Toda a terra será devorada pelo fogo de seu zelo, porque ele aniquilará de repente toda a população da terra. (Sof. 1, 18).
O tom apocalíptico da expressão Dia do Senhor, nas profecias do Antigo Testamento após o exílio, foi transformado, quando essa expressão entrou no vocabulário do Novo Testamento como Dia do Senhor Jesus Cristo:
- O sol se converterá em trevas e a lua em sangue, antes que venha o grande e glorioso dia do Senhor. (At. 2, 20).
Nas cartas de São Paulo, o Dia de Cristo é a Parusia(a gloriosa vinda escatológica de Cristo).
O Dia do Senhor aparecerá sem ser esperado:
- Pois vós mesmos sabeis muito bem que o dia do Senhor virá como um ladrão de noite. (1 Tes. 5, 2).
- O sol se converterá em trevas e a lua em sangue, antes que venha o grande e glorioso dia do Senhor. (At. 2, 20)
- Entretanto, virá o dia do Senhor como ladrão. Naquele dia os céus passarão com ruído, os elementos abrasados se dissolverão, e será consumida a terra com todas as obras que ela contém. (2Pd. 3, 10)
- não vos deixeis facilmente perturbar o espírito e alarmar-vos, nem por alguma pretensa revelação nem por palavra ou carta tidas como procedentes de nós e que vos afirmassem estar iminente o dia do Senhor. (2 Tes. 2, 2).
No Dia do Senhor acontecerão obras incríveis:
- seja esse homem entregue a Satanás, para mortificação do seu corpo, a fim de que a sua alma seja salva no dia do Senhor Jesus.( 1 Cor 5, 5).
- como aliás já o tendes em parte reconhecido, que nós somos a vossa glória, exatamente como vós sereis a nossa, no dia do Senhor Jesus. (2 Cor 1, 14).
Assim, os que crêem, devem estar preparados para a vinda escatológica do juiz e salvador:
- ...com que possais discernir o que é mais perfeito e vos torneis puros e irrepreensíveis para o dia de Cristo, cheios de frutos da justiça, que provêm de Jesus Cristo, para a glória e louvor de Deus.. (Fil. 1, 10s).
No Apocalipse, foi assim a visão inaugural:
-  Num domingo, fui arrebatado em êxtase, e ouvi, por trás de mim, voz forte como de trombeta, que dizia: O que vês, escreve-o num livro e manda-o às sete igrejas: a Éfeso, a Esmirna, a Pérgamo, a Tiatira, a Sardes, a Filadélfia e a Laodicéia. (Ap.1, 10s).
A partir da Ressurreição de Cristo, o Dia do Senhor é o Kyriake isto é, o dia em que os Cristãos se reúnem para o culto.
Depois da Ressurreição de Jesus, ficou um dia reservado para o culto, e chamou-se há esse dia o Dia do Senhor, ou Domingo.
Este dia é dedicado a Deus, não apenas num sentido genérico, mas precisamente porque é o dia da RESSURREIÇÃO DE CRISTO que é o Senhor.
Este dia pertence ao Senhor, e teve um significado muito especial para os Cristãos desde as primeiras gerações.
Usando o título de Senhor, Rei da glória, Jesus é considerado como o vencedor sobre todos os senhores de todos os tempos, especialmente no tempo dos Imperadores Romanos que se consideravam divinos e perseguiam os Cristãos.
O Dia do Senhor permanece na Igreja oficialmente como o Domingo, palavra que se formou do latim Dies Dominica ou Dominicum, Dominae.
Diz-nos o Catecismo da Igreja Católica:
1166. - "Por tradição apostólica, que nasceu do próprio dia da Ressurreição de Cristo, a Igreja celebra o mistério pascal todos os oito dias, no dia que bem se denomina o Dia do Senhor, ou Domingo" (SC 106). O dia da Ressurreição de Cristo é, ao mesmo tempo, o "primeiro dia da semana" memorial do primeiro dia da Criação e "oitavo dia" em que Cristo após o Seu repouso do Grande Sábado, inaugura o "Dia que o senhor fez" o "dia que não conhece ocaso" (Liturgia bizantina). A "Ceia do Senhor" é o seu centro, porque é nela que toda a comunidade dos fiéis encontra o Senhor Ressuscitado, que os convida para o Seu banquete...
E, falando do Terceiro Mandamento, o Catecismo da Igreja Católica diz ainda:
2174. - Enquanto "primeiro dia", o dia da Ressurreição de Cristo lembra a primeira Criação. Enquanto "oitavo dia", a seguir ao sabbat, significa a nova Criação, inaugurada com a Ressurreição de Cristo. Este dia tornou-se para os Cristãos o primeiro de todos os dias, a primeira de todas as festas, o dia do Senhor. ("Hé Kuriaké hémera", "dies dominica"), o Domingo.
2184. - (...) A instituição do Dia do Senhor contribui para que todos gozem do tempo de descanso e lazer suficiente, que lhes permita cultivar a vida de família e a vida cultural, social e religiosa.

REENCARNAÇÃO
É a suposta passagem da alma humana, após a morte do corpo, para outro corpo. Segundo as mais recentes estatísticas a respeito de fé em Deus e elas mostram que na França, para as idades entre 15 e 30 anos, nos últimos 20 anos, os que crêem em Deus estão numa percentagem que baixou dos 73% para 57%, enquanto os que acreditam na Reencarnação estão numa percentagem que subiu de 23% para 28%.
Os que acreditam na Reencarnação acreditam num ciclo perpétuo de morte e renascimento.
Segundo esta crença as pessoas viveriam a sua vida normal na Terra e depois da morte voltariam a uma nova vida, em corpo diferente, admitindo que se possa reencarnar mesmo em corpos de animais.
A idéia de Reencarnação era uma antiga crença dos Hindus para quem o mundo era considerado fundamentalmente irreal.
Segundo a sua crença a finalidade da vida seria vencer a irrealidade do mundo para atingir uma perfeição espiritual ou a chamada "Realidade Absoluta". Ora, para se adquirir esta "Realidade Absoluta" seriam necessários milhões de sucessivas Reencarnações.
O ensinamento de Cristo está em oposição a esta crença cíclica e interminável de vida. Enquanto os Reencarnacionistas acreditam numa sucessão interminável de vidas, os Cristãos admitem uma única vida segundo o que nos diz São Paulo:
- Como está determinado que os homens morram uma só vez, e logo em seguida vem o juízo, assim Cristo se ofereceu uma só vez para tomar sobre si os pecados da multidão, e aparecerá uma segunda vez, não porém em razão do pecado, mas para trazer a salvação àqueles que o esperam.. (Hb 9, 27s).
Segundo a fé cristã, cada ser humano é único e a sua vida não volta a repetir-se. Cada um de nós (com exceção dos dementes) é responsável pelos seus atos, de que dará contas a Deus em ordem à salvação eterna:
- E estes irão para o suplício eterno, e os justos para a vida eterna. (Mt 25, 46).
Também se chamou "Transmigração" ao fenômeno da Reencarnação, que foi sustentado pelos Gnósticos heréticos dos séculos II e III.
Escritores cristãos dos primeiros séculos, como Tertuliano, Orígenes e Santo Ireneu, refutaram as doutrinas dos Gnósticos que admitiam outra vida na terra depois da morte.
Os partidários da Reencarnação pretendem escapar ao peso das responsabilidades pelos seus atos.
Se vai continuar a reencarnar para sempre, não há que temer pelo julgamento final que nunca existe para eles.
Este estudo tem merecido as atenções do Vaticano.
No ano de 1997 houve um Simpósio na Universidade Gregoriana de Roma subordinado ao tema "Reencarnação e a Mensagem Cristã".
Por um lado houve quem dissesse que a crença na Reencarnação pode ser usada como prova da vida após a morte.
Mas uma das primeiras apresentações revelou que os aderentes às teorias da Reencarnação têm subido em países com uma maioria cristã, e pensa-se que isto pode ser devido aos muitos contactos com as Igrejas Orientais.
O Jesuíta P. David Toolin, recomendou que a Igreja Católica deveria receber e dialogar com os que dizem que tiveram experiências da vida após a morte, porque, na realidade, há muitas pessoas que afirmam que durante uma morte aparente, ou um estado de coma, tiveram certas experiências muito significativas.
O Cardeal Paul Poupard, Presidente da Congregação Pontifícia para a Cultura, disse que o conceito cristão da vida depois da morte, oferece maior esperança do que o da Reencarnação.
O Cardeal Ratzinger, responsável pela doutrina da Igreja, hoje nosso Papa, disse que a Reencarnação é moralmente muito cruel, por causa do seu eterno ciclo de vida terrestre, que parece um ciclo infernal.
E o Catecismo da Igreja Católica ensina claramente:
1013. - A morte é o fim da peregrinação terrena do homem, do tempo da graça e da misericórdia que Deus lhe oferece para realizar a sua vida terrena segundo o plano divino e para decidir o seu último destino. Quando acabar "a nossa vida sobre a Terra, que é só uma" (LG 48), não voltaremos a outras vidas terrestres. "Os homens morrem uma só vez" (He.9, 27). Não existe "reencarnação" depois da morte.
Os livros e revistas da especialidade apresentam muitos casos de pessoas que relatam acontecimentos de outras vidas passadas, e tiram como explicação única uma Reencarnação.
Segundo a fé católica que não aceita a Reencarnação, temos que admitir que há muitas coisas para as quais não se encontra uma explicação razoável, e é apenas isso o que podemos dizer, até que cientificamente se possam provar o contrário.
Teríamos que abordar tantos outros problemas não devidamente esclarecidos, como:
-    O significado dos Sonhos.
-    A realidade dos OVNIs ou UFOs.
- A certeza dos Biorritmos (Teoria influenciada pelas 
mudanças cíclicas das estações do ano, pelas fases da Lua, pela 
alternância do dia e da noite, etc...).
-    A Radiestesia e os seus conteúdos…
-    Etc. Etc. e Etc...
Mas para um católico, um verdadeiro católico, o que conta é o que nos ensina o Magistério da Igreja acerca da vida após a morte.
            Então neste Domingo marcamos a Ressurreição de Jesus Cristo, o nosso Salvador, Aquele que veio do Céu e se encarnou no ventre da Virgem, não como reencarnação de alguém que já tinha existido, más como Deus, um homem que habitou entre os seus, a fim de ensinar os mandamentos do Pai.